domingo, 14 de março de 2010

“SE É MINEIRO NÃO É RADICAL, SE É RADICAL NÃO É MINEIRO” (Tancredo Neves)


(1) LAMENTO INFORMAR QUE EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA, TANCREDO DE ALMEIDA NEVES, FALECEU ESTA NOITE NO INSTITUDO DO CORAÇÃO, ÀS 10 HORAS E 23 MINUTOS (Antônio Britto)

TANCREDO DE ALMEIDA NEVES (* São João del Rei MG, 04/03/1910 – † São Paulo SP, 21/04/1985) foi um advogado, empresário e político brasileiro, filho de Francisco de Paula Neves e Antonina de Almeida Neves, transferiu-se para Belo Horizonte, após concluir os estudos em sua cidade natal e na capital mineira. Ingressou na Faculdade de Direito onde, simpatizante da Aliança Liberal que levou Getúlio Vargas ao poder com a eclosão da Revolução de 1930. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, tendo exercido o cargo de promotor-público.
Em 15 de janeiro de 1985 foi eleito Presidente do Brasil pelo voto indireto de um colégio eleitoral, mas adoeceu gravemente, em 14 de março de 1985, véspera da posse, morrendo sem ter sido oficialmente empossado. Na época de sua morte, surgiram rumores sobre a real causa de sua morte, divergindo da versão oficial de complicações decorrentes de diverticulite. Porém, por lei, seu nome deve figurar em todas as galerias de presidentes do Brasil. Tancredo foi o último mineiro a ser eleito presidente do Brasil. Foi casado com Risoleta Guimarães Tolentino, com quem teve três filhos. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra pela. Era chamado por seus próximos por "Doutor Tancredo".
Tancredo: Político à mineira.
Durante a República Velha fez oposição a Artur Bernardes, sendo um antibernadista. São João del Rei era uma das poucas cidades em que Bernardes não ganhava.
Foi lançado na política pelo líder político municipal de São João del Rei, Augusto Viegas, pelo qual sempre guardou gratidão.
Quando perguntado, pela revista Pasquim, sobre os partidos políticos ao qual pertenceu, explicou que escolheu partido político, como todos fazem em Minas Gerais, por questões municipais.
Filiou-se ao "Partido Progressista", um partido surgido após a revolução de 1930, formado por membros do Partido Republicano Mineiro que apoiaram a Revolução de 1930, e depois se filiou ao Partido Nacionalista Mineiro (PNM) quando foi extinto o Partido Progressista.
Tancredo não pôde viabilizar sua candidatura a deputado estadual, em1934, mas, em 1935, foi eleito Vereador na sua cidade natal chegando à presidência da Câmara Municipal, quando chegou a assumir a prefeitura municipal interinamente. Quando as câmaras municipais foram fechadas, com o advento do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, Tancredo era o presidente da Câmara de vereadores de São João del Rei.
Extinto seu mandato de vereador, retornou à advocacia. Exerceu, também, por algum tempo, a profissão de empresário do setor têxtil.
Tancredo: Deputado e ministro - A redemocratização do Brasil em 1945.
Pressionado pela conjuntura internacional ditada pela iminente vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial e cada vez mais suscetível a pressões e contestações internas, Getúlio Vargas põe em marcha um estratagema de liberalização do regime e com isso um quadro político erigido sob os auspícios democráticos viu nascer novas agremiações políticas.
Assim em 8 de abril de 1945 foi criado o PSD – Partido Social Democrático, que, em Minas Gerais estava sob o controle de Benedito Valadares, empossado governador em 15 de dezembro de 1933, e nomeado interventor estadual em 4 de abril de 1935.
A deposição de Getúlio Vargas em 29 de outubro de 1945 abriu caminho para as eleições de 2 de dezembro de 1945 onde foram escolhidos o Presidente da República e os membros da Assembleia Nacional Constituinte, que promulgaria a nova Carta Magna brasileira em 18 de setembro de 1946. Sob a vigência da Constituição de 1946, foram realizadas eleições, em 19 de janeiro de 1947, para governador de estado, para eleger os membros do Congresso Nacional e também os que comporiam os legislativos estaduais.
Nesse cenário Tancredo Neves foi eleito deputado estadual pelo PSD de Benedito Valadares, sendo designado relator da constituição estadual mineiro e uma vez findos os trabalhos constituintes assumiu a liderança de sua bancada e comandou a oposição ao governo de Milton Campos, da UDN – União Democrática Nacional, que havia chegado ao Palácio da Liberdade após uma cisão no PSD mineiro.
Em 1950, Tancredo Neves foi eleito deputado federal e viu o aliado Juscelino Kubitschek de Oliveira ser eleito governador ao derrotar o situacionista Gabriel Passos. Em 1953, havendo a vaga de ministro da Justiça que caberia a um deputado do PSD mineiro, JK e Getúlio Vargas acordaram na indicação do nome de Tancredo. Tancredo licenciou-se do mandato e exerceu o cargo de Ministro da Justiça a partir de 25 de junho de 1953.
Entregou o cargo de ministro quando do suicídio de Getúlio Vargas semanas após o início da crise política que culminou com um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda e resultou na morte do major da Aeronáutica Rubem Florentino Vaz.
Segundo consta nos arquivos da FGV – Fundação Getúlio Vargas, Tancredo recebeu das mãos do próprio Getúlio Vargas a carta-testamento que seria divulgada por ocasião da morte do político gaúcho. Esta carta foi lida por João Belchior Marques Goulart no enterro de Getúlio Vargas, em São Borja, no qual Tancredo estava presente. De Getúlio, Tancredo ganhou uma caneta-tinteiro Parker 21, que atualmente pertence a Aécio Neves.
Benedito Valadares, JK, e Getúlio foram os principais mestres de Tancredo na política.
Fiel à memória do antigo mandatário da nação fez-se opositor do governo de Café Filho e articulador da candidatura de JK à Presidência da República em 1955, Tancredo Neves não disputou a reeleição para deputado federal, em 1954 ,por não ter se desligado do ministério em tempo hábil. Foi nomeado presidente do Bando de Crédito Real de Minas Gerais pelo governador Clóvis Salgado da Gama, substituto legal de JK quando este renunciou para concorrer à Presidência da República em 31 de março de 1955.
No ano seguinte Juscelino Kubitschek nomeou Tancredo para uma diretoria do banco do Brasil, cargo que deixou, em 1958, ao ser nomeado Secretário de Fazenda do governo de José Francisco Bias Fortes, fato que o impediu de disputar as eleições legislativas daquele ano.
Em 1960 foi derrotado por José de Magalhães Pinto na disputa pelo governo de Minas Gerais. Pouco mais de um mês após a eleição foi nomeado presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE precursor do atual BNDES, sendo demitido nos primeiros meses do governo Jânio da Silva Quadros.
Tancredo: Primeiro ministro de João Goulart
Após a renúncia do Presidente Jânio da Silva Quadros em 25 de agosto de 1961 articulou a instalação do regime parlamentarista evitando que João Goulart fosse impedido de assumir a presidência por um Golpe Militar. Como Primeiro Ministro entre 7 de setembro de 1961 a 26 de junho de 1962 logrou êxito parcial na sua meta para pacificar os ânimos políticos nacionais. Foi obrigado a renunciar, junto com vários ministros para poder se candidatar as eleições seguintes ao Congresso Nacional.
Duas curiosidades marcaram sua passagem como primeiro-ministro: a primeira reside no fato de que entre 8 de setembro a 12 de outubro de 1961 ocupou interinamente o cargo de Ministro da Justiça e a segunda é que dentre os membros de gabinete estava o médico pernambucano Estácio Gonçalves Souto Maior, Ministro da Saúde e pai do piloto tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet. Tancredo Neves renunciou ao cargo para concorrer às eleições de 1962 sendo eleito para o segundo mandato de deputado federal.
Tancredo: Oposição ao regime militar.
De volta à Câmara dos Deputados manteve o apoio ao governo João Goulart até que o mesmo fosse deposto por um golpe militar em 31 de março de 1964. Tancredo foi um dos poucos políticos que foram se despedir de João Goulart no aeroporto Salgado Filho, na capital gaucha, quando este partiu para o exílio no vizinho Uruguai.
Extinto o pluripartidarismo foi convidado a ingressar na ARENA – Aliança Renovadora Nacional, oferta recusada em razão da presença de adversários seus da UDN, especialmente Magalhães Pinto, na agremiação situacionista, a ARENA.
Opositor moderado ao Regime Militar de 1964 logo procurou abrigo sob a legenda do MDB – Movimento Democrático Brasileiro sendo reeleito deputado federal em 1966, 1970 e 1974. Em sua atuação parlamentar evitou sobremaneira criar atritos com o Governo Militar e personificou uma vertente moderada da oposição não se negando, inclusive, ao diálogo com as forças situacionistas, postura contrária àquela adotada pelo grupo "autêntico" do MDB.
Em 1978, foi eleito senador por seu estado, e, com a reforma política empreendida pelo Presidente João Figueiredo, aglutinou os moderados do MDB e da ARENA em torno de si, inclusive Magalhães Pinto e fundou o PP – Partido Popular, em 1980, sendo eleito seu presidente.
No ano seguinte defendeu a incorporação do PP ao PMDB em face de dificuldades criadas pelas regras eleitorais a serem aplicadas nas eleições de 1982, e, com isso foi escolhido vice-presidente nacional do PMDB, em 1982, e, nesse mesmo ano, foi eleito Governador de Minas Gerais, após uma renhida disputa com o candidato Eliseu Rezende do PSD. Fundamental para sua eleição foi o apoio do seu vice-governador Hélio Garcia profundo conhecedor dos pequenos municípios mineiros.
Na sua posse, pronunciou a frase célebre:
“Mineiros, o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade!”
Renunciou ao mandato de senador poucos dias antes de assumir o Palácio da Liberdade sendo substituído por Alfredo Campos e nomeou o vice-governador Hélio Garcia para a Prefeitura da capital mineira. Mesmo à frente de um cargo executivo Tancredo não abandonou sua postura conciliatória, o que lhe garantia um bom trânsito junto ao Governo Federal. Renunciou ao governo do estado em 14 de agosto de 1984 para concorrer à Presidência da República.
Tancredo: "Diretas Já" e o Colégio Eleitoral.
Tão logo foram empossados os governadores eleitos em 1982, começaram os debates em torno da sucessão do Presidente Figueiredo. A ausência de um nome de consenso nas hostes do PDS denotava fissuras na agremiação governista, pois já em sua mensagem de fim de ano o Presidente da República abdicou de coordenar os debates em torno da sucessão presidencial e remeteu a questão ao partido e nisso surgiram nomes como do Ministro do Interior Mário David Andreazza, do senador Marco Maciel e do deputado federal Paulo Maluf, cada qual trazendo consigo uma porção considerável do PDS. O vice-presidente Aureliano Chaves logo entrou em atrito com o presidente Figueiredo, o que complicou o quadro sucessório.
A oposição por sua vez agiu de maneira diversa ao inserir em sua agenda o restabelecimento das eleições diretas para Presidente da República sendo que o primeiro ato dessa campanha ocorreu no município de Abreu Lima PE em 31 de março de 1983, dia em que o Regime Militar de 1964 completava dezenove anos. Convocada por políticos do PMDB a manifestação havida no Nordeste resultou em um manifesto divulgado em São Paulo em 26 de novembro do mesmo ano quando os dez governadores da oposição (nove do PMDB e um do PDT) exigindo o restabelecer das eleições diretas para Presidente da República.
No dia seguinte um comício pró-Diretas se realizou na capital paulista reunindo dez mil pessoas após uma convocação feita pelo Partido dos Trabalhadores - PT, fato que se repetiria entre janeiro e abril de 1984 num evento que passaria à história como o movimento das Diretas Já, frustrado pela rejeição da emenda Dante de Oliveira em 25 de abril de 1984 apesar de a proposta contar com um apoio significativo dentro do próprio PDS, contudo nem mesmo esse fato arrefeceu os debates em torno da questão sucessória.
Ciente dos riscos que se avizinhavam em razão de tamanha fragmentação, o senador José Sarney, presidente do PDS, propôs a realização de prévias para a escolha do candidato governista, proposta logo rechaçada pelos malufistas que a interpretaram como uma tentativa de inviabilizar a candidatura do líder, fato que levou Sarney a deixar a presidência do PDS e dias depois abandonar o partido, no que foi seguido pelo também senador Jorge Bornhausen.
Dez dias mais tarde, os governadores do PMDB, e mais Leonel
Brizola do PDT, anunciaram seu apoio ao nome de Tancredo Neves como candidato oposicionista na eleições no Colégio Eleitoral, que havia sido eleito nas eleições de 1978 e que se compunha do Congresso Nacional e representantes das assembleias legislativas, ao passo que no PDS houve a retirada dos nomes de Aureliano Chaves e Marco Maciel da disputa, o que deixou Paulo Maluf e Mário Andreazza como postulantes à vaga de candidato, todavia a vitória de Maluf fez com que os adversários migrassem em peso para a cidadela oposicionista.
Após um acordo firmado entre o PMDB e a dissidência Frente Liberal do PDS ficou estabelecido que Tancredo Neves seria o candidato a presidente e José Sarney (ex-ARENA, deixa o PDS para se filiar ao PMDB) seria o candidato a vice-presidente. Sarney podia se filiar ao PMDB por ter sido eleito pela ARENA, em 1978, partido que havia sido extinto. Assim, sua troca de partido não era considerada, pela lei eleitora da época, uma infidelidade partidária, sujeita a perda de mandato eletivo. O que não era o caso de Marco Maciel que não podia trocar de partido. Aureliano Chaves não podia se candidatar, mesmo tendo sido eleito pela ARENA, em 1978, pois assumira a presidência da república várias vezes como substituto de João Figueiredo, tornando-se inelegível para a presidência.
Tancredo foi lançado candidato por ser aceito por grande parte dos militares e tido como moderado. Na área militar foi decisivo o apoio do ex-presidente Ernesto Geisel. Essa moderação, porém, era alvo de críticas do PT que não aceitava o colégio eleitoral. Sob sua moderação Tancredo dizia: “Se é mineiro não é radical, se é radical não é mineiro”!
Tancredo também ganhara prestígio dentro do PDS, nas reuniões com governadores do nordeste do Brasil, todos os 9 governadores nordestinos eram do PDS, e a maioria deles eram políticos jovens da nova geração e que admiravam Tancredo, nas reuniões da SUDENE, a qual Minas Gerais pertencia pelo fato do norte de Minas Gerais fazer parte da área da seca. Vários destes governadores passaram para a Frente Liberal, depois PFL. Entre estes governadores que aderiram a Tancredo, e cujo apoio foi decisivo, estava o governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães. Antônio Carlos reagiu às declarações do ministro da Aeronáutica Délio Jardim de Matos que disse que quem abandonava o candidato do PDS era traidor, e disse que traidor era ele, o ministro. Foi a primeira vez que um ministro militar era contestado durante o regime militar. A partir de então, a adesão a Tancredo cresceu.
Mesmo a eleição sendo indireta, Tancredo fez diversos comícios populares em praça pública. E, em um discurso, durante a campanha eleitoral, na cidade de Vitório, Tancredo disse: Eu vos ofereço uma "nova república". Essa expressão "nova república" se tornou a denominação da época política brasileira posterior ao período do regime militar que se encerrou, em 1985, com o fim do governo de João Figueiredo.
A chapa Tancredo-Sarney foi então oficializada e assim os oposicionistas foram às ruas para defender suas propostas em comícios tão concorridos quanto os da campanha pelas Diretas Já. Saudado como candidato da conciliação, Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, numa terça-feira, 15 de janeiro de 1985, recebendo 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. A maioria destas abstenções foi de parlamentares do PT, partido este que expulsou de seus quadros os parlamentares que, desobedecendo à orientação do partido, votaram em Tancredo Neves: Foram expulsos do PT: a deputada federal Beth Mendes e os deputados federais Airton Soares e José Eudes.
Sua vitória foi entusiasticamente recebida pela população e é tida ainda hoje como uma das mais complexas e bem-sucedidas operações políticas na história política do Brasil.
Um exemplo dessas dificuldades e dessas manobras: No final de 1984, as pesquisas de intenção de votos, mostravam que Tancredo tinha a maioria do colégio eleitoral. Receoso de uma manobra de João Figueiredo tentando prorrogar seu mandato em dois anos, estabelecendo eleições diretas para seu sucessor, Tancredo foi à televisão e declarou que Paulo Maluf ia renunciar à sua candidatura. Maluf reagiu e garantiu que não renunciaria. Assim com Maluf firme na disputa, João Figueiredo e o PDS nada puderam fazer para mudarem as regras do jogo sucessório.
Assim que foi eleito, Tancredo fez um giro internacional encontrando se com vários chefes de estado para conquistar apoio à sua posse, considerada incerta, e só aceitou ser submetido à operação cirúrgica, depois que vários chefes de estado já haviam chegado à Brasília para a sua posse.
Conta-se que Tancredo vinha silenciosamente trabalhando sua candidatura, desde 1983, quando recebeu a visita de 15 senadores do PMDB, liderados por José Fragelli. Tão bem-sucedidas foram as suas articulações que fizeram com que até mesmo Ulysses Guimarães, o "Senhor Diretas", abdicasse da disputa para apoiá-lo. O acordo político teria incluído até mesmo um futuro apoio a Ulysses para sucedê-lo nas eleições seguintes que seriam diretas. Ulysses, na passagem do ano de 1984 para 1985, de férias em Nova Iorque, se lançou candidato à presidente para provocar Tancredo. Este afirmou, na televisão, que Ulysses sempre foi o candidato natural do PMDB, o que esvaziou a candidatura Ulysses, que não mais voltou ao assunto.
Tancredo: A doença e a morte.
Tancredo havia se submetido a uma agenda de campanha bastante extenuante, articulando apoios do Congresso Nacional e dos governadores estaduais e viajando ao exterior na qualidade de presidente eleito da República. Tancredo vinha sofrendo de fortes dores abdominais durante os dias que antecederam a posse. Aconselhado por médicos a procurar tratamento, teria dito: "Façam de mim o que quiserem depois da posse".
Tancredo temia que os militares da chamada linha-dura se recusassem a passar o poder ao vice-presidente. Tancredo decidiu só anunciar a doença no dia da posse, 15 de março, quando já estivessem em Brasília os chefes de estados esperados para a cerimônia de posse, com o que ficaria mais difícil uma ruptura política. Porém, a sua saúde não resistiu e, na véspera da posse, 14 de março de 1985, adoeceu com fortes e repetidas dores abdominais durante uma cerimônia religiosa no Santuário Dom Bosco, em Brasília. Foi, às pressas, internado no Hospital de Base de Brasília. Ao primo Francisco Dornelles, indicado à época para assumir o Ministério da Fazenda, Tancredo afirmara que só aceitaria se submeter à cirurgia se tivesse garantias que Figueiredo iria empossar o vice-presidente José Sarney.
José Sarney assumiu a Presidência em 15 de março, aguardando o restabelecimento de Tancredo. Existia grande tensão na época devido à possibilidade de uma interrupção na abertura democrática em andamento. Caso Sarney não assumisse, poderia ser empossado em seu lugar o então presidente da câmara, Ulysses Guimarães do PMDB. O grande risco era que ocorresse um retrocesso, já que na época os setores políticos mais conservadores tentavam desestabilizar a redemocratização e manter a ditadura.
Devido às complicações cirúrgicas ocorridas - para o que concorreram as péssimas condições ambientais do Hospital de Base do Distrito Federal, que estava com a Unidade de Tratamento Intensivo demolida, em obras -, o estado de saúde se agravou, e teve de ser transferido em 26 de março para o Hospital das Clínicas de São Paulo. Durante todo o período em que ficou internado, Tancredo sofreu sete cirurgias. No entanto, em 21 de abril, na mesma data da morte de Tiradentes, Tancredo faleceu vítima de infecção generalizada, aos 75 anos. A morte de Tancredo foi tristemente anunciada pelo então porta-voz oficial da presidência para a imprensa, Antônio Britto.
Na época, havia rumores que Tancredo já havia morrido há dias e sua morte não era anunciada a espera de se resolverem os problemas políticos resultantes da formação do novo governo presidido por José Sarney e para a data da morte coincidir com a data da morte de Tiradentes.
Houve grande comoção nacional, especialmente porque Tancredo Neves seria o primeiro presidente civil após o Golpe de 1964. O Brasil, que acompanhara tenso e comovido a agonia do político mineiro, promoveu um dos maiores funerais da história nacional. Calculou-se na época que, entre São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e São João del Rei, mais de dois milhões de pessoas viram passar o esquife. Coração de Estudante, uma canção do cantor mineiro Milton Nascimento, marcou o episódio na memória nacional.
O epitáfio que o presidente eleito previra certa vez numa roda de amigos, em conversa no Senado, não chegou a ser gravado na lápide, no cemitério, ao lado da Igreja de São Francisco, em São João del Rei: "Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves".
Seu enterro em São João del Rei foi transmitido em rede nacional de televisão, tendo discursado a beira do túmulo 85, que lembra o ano em que foi eleito presidente, o deputado federal Ulysses Guimarães, na época, presidente da Câmara dos Deputados.
No cemitério da Igreja de São Francisco há uma placa comemorativa da visita do presidente francês François Mitterrand que conhecera Tancredo, quando este viajara à Europa. Em Março de 2008 a sepultura de Tancredo foi violada e a peça de mármore da parte superior do túmulo foi quebrada.
Na cidade de São João del Rei, foi homenageado com a colocação de uma estátua sua ao lado da estátua de Tiradentes.

Obs.: Agradeço as minhas amigas e meus amigos que leem meu Blog, se você leitor, quer ter seu nome aqui publicado entre em contato com o endereço eletrônico no final do Blog.
Julia do Nascimento de Souza, Brasília - DF, Maria do Socorro Guerra, Caruaru - PE, Paulino Moreira, São Joaquim da Barra - SP, Jorge Dias da Silva, Contagem - MG, Sonia Regina Damasceno, São Paulo - SP, Lúcia Galeano Santana, Rio de Janeiro RJ, Otivir Tadeu Bobato, Foz do Iguaçu – PR, Drª Silvia Maria Feltin, Rio de Janeiro – RJ, Dom Manoel José da Rocha Neto, Foz do Iguaçu – PR, Vanda Cansado, Planura - MG.
(2) LEIA COM BASTANTE ATENÇÃO E REFLITA.
Rendei ao Senhor, filhos de Deus, rendei ao Senhor glória e poder!. (Salmos 28:1)
(3) VOCÊ SABIA QUE?
Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1988, realizados em Seul na Coréia do Sul de 17 de setembro a 02 de outubro de 1988, a esgrimista sueca Kerstin Palm se torna a primeira atleta a participar de sete Jogos Olímpicos consecutivos.

(4) SERÁ QUE VOCÊ GOSTA?
Panquecas Russa

Ingredientes:
Meia xícara de chá de água.
100gramas de creme de leite.
300 gramas de farinha de trigo.
15 gramas de fermento cubo.
Leite 1 xícara. de chá de leite.
100 gramas de manteiga.
3 ovos.
Sal a gosto.
Modo de Preparar:
Dilua o fermento em água morna e junte-o à metade da farinha de trigo, deixe crescer em lugar quente por 4 horas, junte o restante da farinha de trigo e as gemas, misture o leite e o creme de leite, mexa e acrescente o leite misturado aos poucos, adicione as claras batidas em neve e tempere com sal.
Frite as panquecas, dos dois lados, na manteiga.
Sirva com recheio de sua preferência
Abraços, até amanhã e fique com DEUS.

(LEI 8069 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA)
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.

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